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Com orações, mãe de Brusque busca forças para que a filha, de 10 anos, vença o câncer

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Menina foi diagnosticada com doença em 2009

Mãe e filha voltaram para casa depois de dez meses em Curitiba (PR), onde a menina faz tratamento Foto: Lucas Amorelli / Agencia RBS
Mãe e filha voltaram para casa depois de dez meses em Curitiba (PR), onde a menina faz tratamento
Foto: Lucas Amorelli / Agencia RBS

Lucineia de Martini de Souza, 37 anos, esperou agoniada o passar das horas na última semana. Ocupou o tempo entre a noite de quinta-feira e a de sexta-feira arrumando as coisas para voltar para casa, de onde estava longe desde fevereiro. Na mala, colocou roupas e pertences dela e da filha de 10 anos. Pela mão, trouxe de volta para Brusque Jéssica Vitória de Souza Ribeiro. Dentro do peito transportou felicidade tamanha que ia do coração para o rosto em sorriso.

— Só Deus para olhar para a gente assim — agradece.

A retribuição ao divino é espontânea e sempre lembrada pela costureira. Lucineia largou máquina e tecidos para cuidar de Jéssica, diagnosticada em fevereiro de 2009 com aplasia de medula óssea – doença em que o corpo para de produzir células sanguíneas essenciais para defesa e transporte de nutrientes. De Brusque, Jéssica foi para o Hospital das Clínicas da Universidade Federal do Paraná, em Curitiba, em busca de salvação.

Aos seis anos, a menina vivia fraca demais para sair por aí brincando. Tinha aulas em casa com uma professora para não se expor ao risco de contrair doenças de outras crianças. Para ter uma vida normal, enfrentou a corrida por um doador de medula óssea. Pai, mãe e o irmão mais velho foram testados. Nenhum parente direto tinha compatibilidade suficiente para doar o líquido produzido em todos os ossos do corpo humano. Enquanto o Centro de Hematologia e Hemoterapia de Santa Catarina (Hemosc) fazia campanha em Brusque para encontrar um doador, a menina esperava. E o doador ideal não aparecia.

Mãe e filha seguiam o acompanhamento em Curitiba. Lucineia lembra que a saúde da garota oscilava entre estabilidade e crises que as obrigavam a trocar a casa em que também moravam a avó e o irmão mais velho pela internação. Chegou a ficar bem de saúde durante um ano. No início de 2013, Jéssica piorou. Os médicos decidiram tentar um tratamento para aumentar as defesas da menina. Se funcionasse, o procedimento dispensaria um transplante.

O hematologista pediátrico Lisandro Lima Ribeiro conta que ela reagiu bem no início do procedimento até estagnar. De novo, o transplante virou a única chance de Jéssica Vitória continuar viva. Desta vez, outra modalidade de transplante – que exigia compatibilidade de 50% entre doador e receptor – começava a ser experimentada. Repetiram-se os exames de compatibilidade com a família. A escolha médica foi pela mãe. Pela segunda vez, Lucineia daria mais um pouco de si para Jéssica viver:

— Fiquei muito emocionada quando soube que eu seria a doadora. Eu e ela fizemos os exames e não via a hora de internar e fazer o transplante. Graças a Deus correu tudo bem.

Quando estava sozinha, Lucineia pedia com força que Deus olhasse pela vida da filha. Nas manhãs de domingo que não eram ocupadas pela rotina de transfusões de sangue da menina, a mãe ia à missa da capela da casa de apoio. As preces eram dirigidas a outra mãe: Nossa Senhora Aparecida.

— A luta é difícil. E nessas horas, sem Deus na vida, a gente não aguenta — sentencia a costureira.

Antes que o cabelo caísse por causa do tratamento pré-transplante, Jéssica decidiu cortar rente à cabeça as mechas negras que iam até as costas. Lucineia acompanhou a filha e cortou o cabelo ao estilo joãozinho. Sozinhas em Curitiba, mãe e filha só tinham uma a outra. Juntas, foram fortes. Por isso, não houve choro da mãe diante da menina ou o contrário.

Nas vésperas do Natal, a menina não mencionou que presente queria. Apenas abraçou a mãe e sorriu atrás da máscara cirúrgica: os olhos espremidos foram o sinal da pequena grande alegria. Mas a certeza é de que o melhor do Natal de 2013 é o tempo: o próprio, o presente. Embrulhado na felicidade de Jéssica e Lucineia: a vida da filha enlaçada na da mãe em dois nascimentos. Em 16 de setembro de 2003, Jéssica nasceu. Em 20 de agosto de 2013 Jéssica Vitória veio ao mundo mais uma vez.

Fonte: Jornal de Santa Catarina

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